“Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos.” (Pitágoras, filósofo grego)
Um homem muito sábio seguia pela beira da praia quando divisou a uma certa distância um vulto que lhe pareceu estar dançando. A idéia de alguém dançando na praia lhe pareceu interessante e ele buscou aproximar-se. Verificou tratar-se de um jovem com uma atitude peculiar. O que lhe parecia um bailado era na verdade um conjunto de movimentos que o rapaz fazia para abaixar-se, pegar estrelas-do-mar e atirá-las de volta ao oceano. O sujeito achou a atitude curiosa e inquiriu ao rapaz:
- "O que fazes?"
- "Jogo estrelas de volta ao mar.." - foi a resposta dele.
- "Talvez devesse ter perguntado por quê o fazes..." - continuou o homem com um ar de deboche.
- "É que o sol está a pino e a maré está baixando, se não as atirar elas morrerão ressecadas" - retrucou.
- "Mas que ingenuidade! Você não vê que há quilômetros e quilômetros de praias e nelas há milhares e milhares de estrelas! Sua atitude não fará diferença."
O jovem abaixou-se, pegou uma estrela e cuidadosamente a atirou de volta ao mar, seguindo o seu peculiar procedimento. Em seguida voltou-se para o homem e disse:
- "Para essa aí fez diferença..." - O homem ficou muito pensativo sobre o que ocorrera e naquela noite não conseguiu dormir pensando nas palavras do jovem. No dia seguinte levantou-se, vestiu suas roupas, foi até a praia e começou com o jovem a atirar estrelas no oceano.
Joel Arthur Barker - futurista de nosso tempo - em um de seus mais interessantes trabalhos destaca a importância da Visão do Futuro para as realizações do cotidiano e a considera mesmo como o fator fundamental que determina o sucesso e o fracasso de pessoas e de organizações.
Ao final de seu trabalho Barker destaca a visão que o homem faz do futuro sobre as atitudes das nações , das crianças e dos homens em condições adversas podendo-se resumir o trabalho na seguinte frase do próprio Barker:
"De fato, ter uma visão positiva do futuro talvez seja o mais poderoso motivador que você e eu temos para mudança."
Essa visão positiva do futuro nos faz refletir o quão importante é pensarmos na educação e formação de nossos jovens, pensamento este que não deve se restringir apenas ao campo do assistencialismo ou seja, assistirmos de longe o que vem acontecendo e “de vez em quando” darmos uma esmola ou visitarmos um orfanato, devemos pensar e agir em políticas de inclusão social, onde não fiquemos com a sensação, ao voltarmos para casa após uma visita a um orfanato ou casa de crianças carentes, de que nosso dever foi cumprido porém, não fizemos nada para a resolução do problema, que continua lá.
Nosso sentimento hoje é de medo e infelizmente, aos poucos, estamos perdendo nossa capacidade de indignação frente aos problemas que vem ocorrendo à nossas vistas.
Será que ficaremos inertes e deixaremos que nossos filhos e netos também comunguem deste medo eternamente?
Será que não seremos capazes de ao menos começar a jogar “estrelas ao mar”?
Sempre nos orgulhamos e batemos no peito dizendo que somos homens Livres e de Bons Costumes.
Mas onde se encontra esta liberdade quando somos sabedores e conscientes de que uma Pátria, uma Nação não pode ter futuro algum se sua juventude se perdeu.
Como podemos nos sentir livres desta forma?.
Temos em nossas mãos ferramentas que podem fazer a diferença.
Dentro de nossa casa temos a Ordem DeMolay, os Lowtons, Betheis de Filhas de Jó, Assembléias de Garotas do Arco Íris e a Ação Paramaçônica Juvenil.
E fora de nossa casa temos o Movimento Escoteiro e o Movimento Bandeirante que são excelentes ferramentas para a educação e formação de jovens que não possuem a ventura de pertencerem à família maçônica.
Reflitamos e analisemos que tipo de futuro queremos:
- Uma sociedade realmente justa e perfeita ou um mundo onde a violência, a intolerância e a injustiça reinem absolutos?
Lancemos mão destas ferramentas que hoje possuímos, trabalhemos e eduquemos nossos jovens hoje, no presente para que tenhamos um bom futuro pois quando virmos o presente reagir sobre o futuro, pelas forças das coisas, e, sobretudo, quando compreendermos a reação do futuro pelo presente; quando, em suma, verificarmos que o passado, o presente e o futuro se encadeiam por inflexível necessidade como o ontem o hoje e o amanhã na vida atual então nossas idéias mudarão completamente, por que veremos na vida futura não só um fim como também um meio; não um efeito distante, mas atual. Então, igualmente essa crença exercerá sem dúvida, e por conseqüência toda natural, ação preponderante sobre o estado social e a moralização da humanidade.
Comecemos já a lançar ESTRELAS AO MAR.
Luciano A. Vianna do Rio
(Partes extraídas do Artigo vida perante a Morte e o Futuro de André Henrique de Siqueira).