sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

EDUCAÇÃO

“Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos.” (Pitágoras, filósofo grego)

Um homem muito sábio seguia pela beira da praia quando divisou a uma certa distância um vulto que lhe pareceu estar dançando. A idéia de alguém dançando na praia lhe pareceu interessante e ele buscou aproximar-se. Verificou tratar-se de um jovem com uma atitude peculiar. O que lhe parecia um bailado era na verdade um conjunto de movimentos que o rapaz fazia para abaixar-se, pegar estrelas-do-mar e atirá-las de volta ao oceano. O sujeito achou a atitude curiosa e inquiriu ao rapaz:

- "O que fazes?"

- "Jogo estrelas de volta ao mar.." - foi a resposta dele.

- "Talvez devesse ter perguntado por quê o fazes..." - continuou o homem com um ar de deboche.

- "É que o sol está a pino e a maré está baixando, se não as atirar elas morrerão ressecadas" - retrucou.

- "Mas que ingenuidade! Você não vê que há quilômetros e quilômetros de praias e nelas há milhares e milhares de estrelas! Sua atitude não fará diferença."

O jovem abaixou-se, pegou uma estrela e cuidadosamente a atirou de volta ao mar, seguindo o seu peculiar procedimento. Em seguida voltou-se para o homem e disse:

- "Para essa aí fez diferença..." - O homem ficou muito pensativo sobre o que ocorrera e naquela noite não conseguiu dormir pensando nas palavras do jovem. No dia seguinte levantou-se, vestiu suas roupas, foi até a praia e começou com o jovem a atirar estrelas no oceano.

Joel Arthur Barker - futurista de nosso tempo - em um de seus mais interessantes trabalhos destaca a importância da Visão do Futuro para as realizações do cotidiano e a considera mesmo como o fator fundamental que determina o sucesso e o fracasso de pessoas e de organizações.

Ao final de seu trabalho Barker destaca a visão que o homem faz do futuro sobre as atitudes das nações , das crianças e dos homens em condições adversas podendo-se resumir o trabalho na seguinte frase do próprio Barker:

"De fato, ter uma visão positiva do futuro talvez seja o mais poderoso motivador que você e eu temos para mudança."

Essa visão positiva do futuro nos faz refletir o quão importante é pensarmos na educação e formação de nossos jovens, pensamento este que não deve se restringir apenas ao campo do assistencialismo ou seja, assistirmos de longe o que vem acontecendo e “de vez em quando” darmos uma esmola ou visitarmos um orfanato, devemos pensar e agir em políticas de inclusão social, onde não fiquemos com a sensação, ao voltarmos para casa após uma visita a um orfanato ou casa de crianças carentes, de que nosso dever foi cumprido porém, não fizemos nada para a resolução do problema, que continua lá.

Nosso sentimento hoje é de medo e infelizmente, aos poucos, estamos perdendo nossa capacidade de indignação frente aos problemas que vem ocorrendo à nossas vistas.

Será que ficaremos inertes e deixaremos que nossos filhos e netos também comunguem deste medo eternamente?

Será que não seremos capazes de ao menos começar a jogar “estrelas ao mar”?

Sempre nos orgulhamos e batemos no peito dizendo que somos homens Livres e de Bons Costumes.

Mas onde se encontra esta liberdade quando somos sabedores e conscientes de que uma Pátria, uma Nação não pode ter futuro algum se sua juventude se perdeu.

Como podemos nos sentir livres desta forma?.

Temos em nossas mãos ferramentas que podem fazer a diferença.

Dentro de nossa casa temos a Ordem DeMolay, os Lowtons, Betheis de Filhas de Jó, Assembléias de Garotas do Arco Íris e a Ação Paramaçônica Juvenil.

E fora de nossa casa temos o Movimento Escoteiro e o Movimento Bandeirante que são excelentes ferramentas para a educação e formação de jovens que não possuem a ventura de pertencerem à família maçônica.

Reflitamos e analisemos que tipo de futuro queremos:

- Uma sociedade realmente justa e perfeita ou um mundo onde a violência, a intolerância e a injustiça reinem absolutos?

Lancemos mão destas ferramentas que hoje possuímos, trabalhemos e eduquemos nossos jovens hoje, no presente para que tenhamos um bom futuro pois quando virmos o presente reagir sobre o futuro, pelas forças das coisas, e, sobretudo, quando compreendermos a reação do futuro pelo presente; quando, em suma, verificarmos que o passado, o presente e o futuro se encadeiam por inflexível necessidade como o ontem o hoje e o amanhã na vida atual então nossas idéias mudarão completamente, por que veremos na vida futura não só um fim como também um meio; não um efeito distante, mas atual. Então, igualmente essa crença exercerá sem dúvida, e por conseqüência toda natural, ação preponderante sobre o estado social e a moralização da humanidade.

Comecemos já a lançar ESTRELAS AO MAR.

Luciano A. Vianna do Rio


(Partes extraídas do Artigo vida perante a Morte e o Futuro de André Henrique de Siqueira).

POR QUE APOIAR E INCENTIVAR AS ENTIDADES PARAMAÇÔNICAS?

Antes de respondermos esta pergunta se faz necessário, em primeiro lugar, definir o que são Entidades Paramaçônicas.

Entendo que toda instituição, associação, entidade ou grupo de pessoas que seja formado, incentivado, patrocinado ou apoiado pela Maçonaria e que se dedique a trabalhar dentro dos princípios morais, éticos e libertários da Maçonaria é Paramaçônica.

São inúmeras as entidades paramaçônicas tanto no Brasil e fora dele e em sua maioria não são vinculadas a nenhuma obediência maçônica constituindo-se em entidades autonomas e independêndes mas que em seus regulamentos e estatutos exigem a vinculação ou patrocínio de uma Loja Maçônica Regular ou de um Grupo de Maçons, não podendo elas trabalhar e realizar suas atividades e projetos sem a presença de um Mestre Maçom.

Estas entidades dedicam-se aos mais variados objetivos que vão desde a inclusão social de pessoas carentes, passando por creches, asilos, unidades de saúde, ensino extracurricular, ensino oficial, ações culturais, sociais e filantrópicas e de formação de jovens.

Em algumas delas há o impedimento de participação em razão do sexo existindo entidades essencialmente masculinas ou femininas e nem por isso segregacionistas pois suas atividades se asemelham. Existem também aquelas em que seus participantes devem obrigatóriamente ter parentesco maçônico, o que atualmente já se vem trabalahando para modificá-las.

A grande maioria das Entidades Paramaçônicas que se dedicam a formação de jovens foram criadas nos Estados Unidos e se expandiram ao redor do mundo, sendo as mais conhecidas no Brasil a Ordem DeMolay, a Ordem Internacional das Filhas de Jó e as Meninas do Arco Íris.

No Brasil, criada pelo Grande Oriente do Brasil, a Ação Paramaçônica Juvenil congrega em seus quadros membros do sexo masculino e feminino de qualquer procedência, não existindo a obrigatoriedade do parentesco maçônico.

Para as mulheres e filhas maiores de maçons foram criadas a Ordem Internacional da Estrela do Oriente cujos principais objetivos são desenvolver e dar suporte às atividades filantrópicas das Lojas Maçonicas bem como receber as jovens oriundas dos Capítulos de Filhas de Jó e Assembléias das Meninas do Arco Íris quando completam sua maioridade, e as Fraternidades Femininas que se dedicam às atividades de suporte e apoio à entidades assistências, de inclusão social, culturais e filantópicas, sendo em sua grande maioria mantenedoras destas entidades.

O Escotismo, maior organização juvenil do mundo, é também considerada uma entidade paramaçônica pois a grande maioria de seus Grupos são geridos, apoiados e patrocinados por Lojas Maçônicas.

Um grande equivoco que se comete é cosiderar os Lowtons como entidade paramaçônica, na verdade o Lowton é o filho do maçom que é adotado por uma Loja Maçônica que sob sua proteção e orientação assume o compromisso de ampará-lo e prepará-lo para a vida adulta, portanto a adoção de Lowton é uma instituição essencialmente maçônica e infelizmente, como destaca José Castelani em seu artigo “A importância da Adoção de Lowtons” tem sido criminosamente abandonada pelas Lojas e para piorar o quadro, as poucas Lojas que, nos últimos anos, ainda têm promovido a adoção, têm, depois de uma belíssima cerimônia, deixado os lowtons largados à própria sorte, marginalizados e relegados ao limbo das coisas inúteis. Esqueceram-se, talvez, as Lojas --- com raras exceções, que confirmam a regra --- que dar assistência cultural, moral e espiritual ao lowton, é preparar o maçom completo do futuro. (sic)

Para amenizar um pouco este quadro alguns Orientes Estaduais do Grande Oriente do Brasil tem criado Lojas de Lowtons que visam suprir em parte a obrigação assumida pelas Loja Maçônicas ao adotar estes Lowtons e saliente-se que os trabalhos desenvolvidos nestas Lojas são motivos de elogios.

Portanto, visto todos estes objetivos tão nobres que movem as Entidades Paramaçônicas, seria desnecessário qualquer comentário do por que apóiá-las já que estes motivos se encerram por sí só em seus objetivos, contudo a titulo de argumentação sabemos e entendemos que o trabalho maçônico por excelência consiste no aprimoramento e crescimento moral do maçom como ser indivudual bem como a exata compreensão de seu papel no mundo.

A dedicação ao estudo das Artes e das Ciências, nos transforma em homens plenos em todas as suas dimensões nos libertando dos grilhões profanos, tonarndo-nos capazes de conceber o Divino; o Indizível; de sonhar; de termos visão; de termos a Força, a Sabedoria e o desprendimento de nos entregarmos a projetos aparentemente impossíveis, utópicos e belos; de concebermos a fraternidade leal fruto da partilha do Desígnio; nos fazendo reconhecer os méritos e as virtudes dos nossos Irmãos, não potencializando e exacerbando os seus defeitos, usando o fole com cautela na forja para que a ferramenta que lá se aperfeiçoa não enfraqueça por falta de atenção ou derreta por excesso dela. Desbastando a pedra bruta, com a lealdade que a critica exige, com a fraternidade que o sacrifício cultiva, com a generosidade a que partilhar o desígnio não é alheia, com o reconhecimento da força e inteligência para o fazer cumprir.

Nossa consciência de que temos, por obrigação, promover a transformação de nosso mundo e que esta transformação passa necessáriamente em reconhecermos seus vícios e encontramos as ferramentas para transformá-los em virtudes é que nos faz reconhecer nas Entidades Paramaçônicas uma ferramenta em potencial para esta transformação e ela está em nossas mãos, para junto dos maços, cinzéis, trolhas, réguas, esquadros e compassos nos auxiliem na construção de um mundo melhor.

Mãos à obra, nossas cunhadas, sobrinhas, sobrinhos e os jovens de nosso mundo estão apenas esperando nosso apoio e incentivo para colocarem em prática todo o cabidél de formação que lhes proporcionamos para que eles sejam os grandes agentes de modificação de nosso mundo.

Luciano A. Vianna do Rio

Mestre Maçom

CIM 202654