sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

POR QUE APOIAR E INCENTIVAR AS ENTIDADES PARAMAÇÔNICAS?

Antes de respondermos esta pergunta se faz necessário, em primeiro lugar, definir o que são Entidades Paramaçônicas.

Entendo que toda instituição, associação, entidade ou grupo de pessoas que seja formado, incentivado, patrocinado ou apoiado pela Maçonaria e que se dedique a trabalhar dentro dos princípios morais, éticos e libertários da Maçonaria é Paramaçônica.

São inúmeras as entidades paramaçônicas tanto no Brasil e fora dele e em sua maioria não são vinculadas a nenhuma obediência maçônica constituindo-se em entidades autonomas e independêndes mas que em seus regulamentos e estatutos exigem a vinculação ou patrocínio de uma Loja Maçônica Regular ou de um Grupo de Maçons, não podendo elas trabalhar e realizar suas atividades e projetos sem a presença de um Mestre Maçom.

Estas entidades dedicam-se aos mais variados objetivos que vão desde a inclusão social de pessoas carentes, passando por creches, asilos, unidades de saúde, ensino extracurricular, ensino oficial, ações culturais, sociais e filantrópicas e de formação de jovens.

Em algumas delas há o impedimento de participação em razão do sexo existindo entidades essencialmente masculinas ou femininas e nem por isso segregacionistas pois suas atividades se asemelham. Existem também aquelas em que seus participantes devem obrigatóriamente ter parentesco maçônico, o que atualmente já se vem trabalahando para modificá-las.

A grande maioria das Entidades Paramaçônicas que se dedicam a formação de jovens foram criadas nos Estados Unidos e se expandiram ao redor do mundo, sendo as mais conhecidas no Brasil a Ordem DeMolay, a Ordem Internacional das Filhas de Jó e as Meninas do Arco Íris.

No Brasil, criada pelo Grande Oriente do Brasil, a Ação Paramaçônica Juvenil congrega em seus quadros membros do sexo masculino e feminino de qualquer procedência, não existindo a obrigatoriedade do parentesco maçônico.

Para as mulheres e filhas maiores de maçons foram criadas a Ordem Internacional da Estrela do Oriente cujos principais objetivos são desenvolver e dar suporte às atividades filantrópicas das Lojas Maçonicas bem como receber as jovens oriundas dos Capítulos de Filhas de Jó e Assembléias das Meninas do Arco Íris quando completam sua maioridade, e as Fraternidades Femininas que se dedicam às atividades de suporte e apoio à entidades assistências, de inclusão social, culturais e filantópicas, sendo em sua grande maioria mantenedoras destas entidades.

O Escotismo, maior organização juvenil do mundo, é também considerada uma entidade paramaçônica pois a grande maioria de seus Grupos são geridos, apoiados e patrocinados por Lojas Maçônicas.

Um grande equivoco que se comete é cosiderar os Lowtons como entidade paramaçônica, na verdade o Lowton é o filho do maçom que é adotado por uma Loja Maçônica que sob sua proteção e orientação assume o compromisso de ampará-lo e prepará-lo para a vida adulta, portanto a adoção de Lowton é uma instituição essencialmente maçônica e infelizmente, como destaca José Castelani em seu artigo “A importância da Adoção de Lowtons” tem sido criminosamente abandonada pelas Lojas e para piorar o quadro, as poucas Lojas que, nos últimos anos, ainda têm promovido a adoção, têm, depois de uma belíssima cerimônia, deixado os lowtons largados à própria sorte, marginalizados e relegados ao limbo das coisas inúteis. Esqueceram-se, talvez, as Lojas --- com raras exceções, que confirmam a regra --- que dar assistência cultural, moral e espiritual ao lowton, é preparar o maçom completo do futuro. (sic)

Para amenizar um pouco este quadro alguns Orientes Estaduais do Grande Oriente do Brasil tem criado Lojas de Lowtons que visam suprir em parte a obrigação assumida pelas Loja Maçônicas ao adotar estes Lowtons e saliente-se que os trabalhos desenvolvidos nestas Lojas são motivos de elogios.

Portanto, visto todos estes objetivos tão nobres que movem as Entidades Paramaçônicas, seria desnecessário qualquer comentário do por que apóiá-las já que estes motivos se encerram por sí só em seus objetivos, contudo a titulo de argumentação sabemos e entendemos que o trabalho maçônico por excelência consiste no aprimoramento e crescimento moral do maçom como ser indivudual bem como a exata compreensão de seu papel no mundo.

A dedicação ao estudo das Artes e das Ciências, nos transforma em homens plenos em todas as suas dimensões nos libertando dos grilhões profanos, tonarndo-nos capazes de conceber o Divino; o Indizível; de sonhar; de termos visão; de termos a Força, a Sabedoria e o desprendimento de nos entregarmos a projetos aparentemente impossíveis, utópicos e belos; de concebermos a fraternidade leal fruto da partilha do Desígnio; nos fazendo reconhecer os méritos e as virtudes dos nossos Irmãos, não potencializando e exacerbando os seus defeitos, usando o fole com cautela na forja para que a ferramenta que lá se aperfeiçoa não enfraqueça por falta de atenção ou derreta por excesso dela. Desbastando a pedra bruta, com a lealdade que a critica exige, com a fraternidade que o sacrifício cultiva, com a generosidade a que partilhar o desígnio não é alheia, com o reconhecimento da força e inteligência para o fazer cumprir.

Nossa consciência de que temos, por obrigação, promover a transformação de nosso mundo e que esta transformação passa necessáriamente em reconhecermos seus vícios e encontramos as ferramentas para transformá-los em virtudes é que nos faz reconhecer nas Entidades Paramaçônicas uma ferramenta em potencial para esta transformação e ela está em nossas mãos, para junto dos maços, cinzéis, trolhas, réguas, esquadros e compassos nos auxiliem na construção de um mundo melhor.

Mãos à obra, nossas cunhadas, sobrinhas, sobrinhos e os jovens de nosso mundo estão apenas esperando nosso apoio e incentivo para colocarem em prática todo o cabidél de formação que lhes proporcionamos para que eles sejam os grandes agentes de modificação de nosso mundo.

Luciano A. Vianna do Rio

Mestre Maçom

CIM 202654

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